terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Arte de Aturar


Quando somos jovens não aturamos nada. Não aturamos nossos pais, batemos a porta do quarto na cara deles. Não aturamos nossos irmãos, saímos no tapa. Não aturamos nosso professor chato, dormimos na aula. Não aturamos nosso namorado, terminamos e voltamos no mesmo dia. Não aturamos aquele colega de sala, praticamos bulling. E assim vamos excluindo tudo o que não é conveniente, achando que um Rei vive em nossas barrigas.

Certos dia descobrimos que pra comprar aquele disckman alguém trabalhou pra pagar, e pra comprar um Iphone alguém terá que trabalhar. Vamos ao trabalho e eis que finalmente temos que aturar. Aturar o chefe. Aturar o colega que tem bafo. Aturar os comentários intermináveis sobre o jogo ou novela de ontem. Aturar as piadas sem graças do chefe. Aturar seu colega que se acha melhor que você. Aturar um diretor que pensa que ainda estamos na ditadura. Aturar o diretor/ator boa praça. Aturar a moça da limpeza contando do churrasco na laje de domingo. Aturar a mamãe que conta histórias intermináveis sobre seu filho gênio. Aturar o fora que você recebeu por culpa de alguém. Aturar um colega que acha que você é otário. Aturar, aturar, aturar....

Depois de passar a vida aturando, você se aposenta a passa a aturar uma merreca de aposentadoria.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Entrevista

Ser paciente é uma virtude. Mas quem consegue ser paciente no mundo veloz que vivemos? Ser paciente é difícil, é um dom, há quem nasce paciente e aqueles que vivem pra aprender. Cada vez me vejo correndo mais, fazendo tudo muito rápido, calculando o tempo mínimo pra tudo. PRAZO, PRAZO, PRAZO. Qualquer espera é uma eternidade e o tempo é precioso.

Em uma das minhas primeiras entrevistas de estágio cheguei até etapa final, era um multinacional, eu estava com a maior expectativa. Até que me fizeram uma pegadinha com várias perguntas estranhas. Em uma delas respondi que gostaria de melhorar minha paciência. Que burraaa! Tudo o que o entrevistador não podia ouvir, ainda mais que o estágio era pra fazer planilhas das faturas que o marketing tinha que pagar, "controle de verba".

Nem preciso dizer que não passei. Pior que quando a gente é jovem a realidade é outra, eu saí da entrevista super confiante (?). Só que não me ligaram, esperei e nada. E nada. Resolvi ligar lá pro RH, não me agüentava mais! Foi um custo pra descobri o telefone, liguei pra vários números que achei no Google, fui transferida mil vezes e até que achei a Flávia, do RH. A resposta veio com um banho de água fria: Então, já selecionamos outra pessoa. Fiquei triste, depois lembrei da besteira que falei e fiquei puta. Gastei dinheiro comprando 2 blusas sociais pra não repetir de roupa nas etapas do processo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Céu ou Inferno?

Às vezes penso: depois que eu morrer vou pra onde? Vou pro céu? Vou ser acolhida pela minha Avó? Ou vou queimar no fogo do inferno? Fico pensando se sou boa ou má pessoa. Acho que sou boa. Tenho algumas virtudes, e também defeitos que preciso corrigir. Sou nervosinha, radical e um pouco briguenta. Coloco tudo entre dois lados: certo e errado. E foda-se os pormenores. Estou redondamente errada e, agora com consciência disto, tento me corrigir e ponderar. Meu atual chefe me ajuda muito nisso, meu trabalho é bem estressante e ele consegue me segurar. Pior é que eu não estouro, guardo o nervosismo pra mim e isso está me dando uma gastrite. Fora esse meu jeitinho estressadinha, sou boa pessoa, tenho muitos amigos, família bem próxima e fico feliz em saber que muitas amigas só comigo conseguem se abrir de verdade.

Gosto de ajudar, sinto prazer em ver que o que eu fiz deixou alguém feliz. Mas mesmo assim, será que é o suficiente pra receber meu passaporte pro céu? Tenho muita vontade de ajudar. Queria ser professora, cheguei a começar faculdade de história junto com publicidade, mas abandonei porque achei a rotina chata. Muito diferente de mim, que gosto de conviver com pessoas, historiador passa horas sozinho, lendo estudando e escrevendo. Gostaria de usar meu amor por história ensinando crianças carentes, acho o conhecimento da história do mundo fundamental para a formação de um cidadão. Uma frase que ouvi de uma professora de história quando tinha 12 anos me marcou. Ela disse: “É estudando o passado que entendemos o presente”. Achei aquilo tão lógico, que comecei a me interessar cada vez mais por história, para entender o por que de tudo que se passa ao meu redor.Quero ensinar o pouco que sei, mas ainda não sei onde. Minha rotina de trabalho não ajuda. Talvez quando estiver mais velha será melhor. Mas não é errado adiar a caridade? Chico Xavier disse que sem caridade não há salvação. Então, enquanto eu não praticar a caridade com todo amor e devoção estarei sempre em dúvida se tenho um lugar lá (no céu) ou não.

sábado, 13 de novembro de 2010

Acampamento


Adoro acampar, nem me lembro quando foi a primeira vez que acampei. Se bobiar fui concebida numa barraca de camping. Na época dos meus pais era assim, ou pagava um hotel ou acampava, que além de ser barato era cool, combinava com o espírito hype e rebelde da época. Meu pai conta que nas nossas viagens eu adorava brincar de matar mosquito, eu ficava imitando eles. Meu pai tinha uma barraca de dois quartos, fogão, mesa, tinha tudo! Depois virem as pousadas, e acampar deixou de ser legal, muitos campings faliram.

Agora os campings voltaram com tudo, o ecoturismo que está no auge. Confesso que amo acampar, acho até mais legal do que ficar numa pousada, dependendo do lugar. O ambiente do camping proporciona mais interação, você fica mais perto da natureza, conhece mais pessoas, dorme no chão, etc. Eu realmente acho deliciosa a sensação de dormir no chão. Sou muito fresca pra dormir, sempre passo a noite acordada quando durmo na casa de alguém, mas quando estou no acampamento é diferente. Não sei se é porque me canso durante o dia, ou é o tempo fresquinho, ou a energia que vem do solo (ah doida!), só sei que durmo bem!

Nem tudo são flores. Algumas coisas me irritam: bagunça. Minha barraca é pequena e eu sempre divido com alguém, então fica lotada. Isso é chato demais. É péssimo acordar e sair pra lavar o rosto e escovar o dentes com a cara amarrotada, mas todo mundo está na mesma situação. Também é muito chato quando os banheiros são nojentos (número dois fica pra volta pra casa).

O que é muito importante pra uma boa temporada no camping é o tempo que você pretende ficar. Dois, três, no máximo quadro dias. Depois disso você começa a ficar louca! Já acampei por 10 dias, gente! No último fiquei doente!Tem coisas muito importantes pra levar também: lanterna , toalha e cadeado! Nunca esqueça esses itens, senão é mó furada!Também é legal levar um amigo que toque violão.

Olha eu nos meus programas de índio!



terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Desafio de ser Mulher nos anos 2000


Tenho 23 anos. Estou no início da minha carreira, menos de 1 ano de formada, morando com meus pais, uma família classe A/B, e solteira. Há alguns anos atrás eu provavelmente estaria casada, já com 1 ou 2 filhos, meu marido seria uma homem bom e com dinheiro, porque meu pai não me deixaria casar com um Zé Ninguém. Com certeza teria escolhido o filho de algum amigo dele para ser meu marido. Minhas preocupações seriam conferir o dever de casa dos meus filhos, verificar se a empregada fez o almoço conforme eu pedi, decorar a casa, bordar, encontrar minhas amigas para um chá no final da tarde, fazer compras, ir na missa aos domingos, ler e de noite dar atenção ao meu marido e satisfazê-lo na cama.

Aconteceu a guerra, nossos homens foram pra batalha e nós mulheres, fomos trabalhar no lugar deles. Algumas de nós odiavam sair de casa pra trabalhar, mas algumas infelizes acharam o máximo. Provavelmente aquelas que tinham um marido filha da puta que enchia a cara e chegava em casa quebrando tudo. Essas adoraram a guerra e amaram a tão sonhada liberdade! Foram lá queimar o sutiã e colocar na nossa cabeça que temos que ter o nosso espaço no mercado de trabalho, que temos que conquistar nossa liberdade, que somos tão inteligentes quantos os homens e que depender de homem é uma merda.

Que somos tão inteligentes quanto os homens todas nós sabíamos! Só que nunca nos preocupamos em provar. Porque é muito mais cômodo ficar em casa, cuidando dos filhos, fofocando com as amigas, etc. Enfim cá estou eu tendo que gastar meus neurônios para crescer profissionalmente. Mas para ser respeitada, além disso, tenho que ter um belo lar, lindos filhos e um marido como vemos nos filmes. Não é demais? E os homens estão virando bichas ou vagabundos. Pra eles basta ter dinheiro, morar com a mãe, gastar com cerveja e mesmo assim, tem um monte de mulher querendo esses merdas.

Na hora de reencarnar acreditei que escolhendo ser mulher teria uma vida pacata, mas me fudi!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mau Humor Matinal

Não acordo de mau humor, mas pequenas coisas me tiram a paciência e podem acabar com meu dia.

Pra reverter a “nuvem negra” eu escuto uma música bem animada no caminho do trabalho. Aquela música feliz sabe? Não to falando dessas músicas de corno não! Música pra cima!


O Ipod me salva nessas dias...



Coisas que me irritam de manhã:

1 - Ser acordada no susto.

Quase nunca acontece, ainda bem. Meu pai vazia isso na época do colégio. Ele gritava: “CAROLINA, AINDA NÃO ACORDOU???” Quando eu via, o despertador nem tinha tocado. Que ódio que dava.

2 - Ver que o despertador simplesmente não tocou e estou mega atrasada.

Não tocou porrrque ??? É um complô???

3 - Alguém a fim de discutir se minha roupa está boa ou não.

Não tenho a menor paciência de me arrumar de manhã. Saudade do uniforme do colégio.


Me responde: Sou maluca? O que te irrita de manhã?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Oftalmologista sem caráter


Sou míope. Eu gosto de usar óculos. Já me acostumei. Comecei a ter dificuldade em ler o quadro negro na quinta séria (mudei de colégio e a sala de aula era bem maior). Minha mãe me levou no oftalmologista e uma semana depois lá estava eu e meu irmão com os óculos na cara. No início achava um mico! Só usava na sala de aula mesmo e pra praticar esporte, o que era um mico porque quando eu levava uma bolada na cara a lente voava e eu ficava igual uma doida procurando a lente do óculos.


O tempo foi passando e meu grau aumentando, ou eu uso óculos o tempo todo ou sou uma quase cega. Já tenho 23 anos o grau continua subindo, acho estranho. Meu oftalmologista foi fazer um curso fora do país e quem me atende há dois anos é um substituto. Desconfio do caráter desse médico substituto. Sempre que vou lá ele pergunta onde eu faço os meus óculos. Eu respondi e ele disse “ Porque você não faz na Ótica xxx?”. Eu respondi “Pq lá é caro.” e ele insistiu: “mas os produtos tem ótima qualidade e blábláblá...” Respondi “Ok. Mas eu não tenho dinheiro pra compra armação Gucci, nem preciso disso.” Aí ele teve que concordar comigo e morreu o assunto da Ótica xxx.


Quando saiu o resultado o meu grau de miopia vi que aumentou 0,5. Todo ano ele aumenta 0,5, apesar de eu não sentir dificuldade nenhuma em enxergar. Desconfio do caráter desse médico substituto. Então eu falei: “Poxa, meu grau aumentou.. já estou com 23, achei que nessa idade o grau estabiliza. Ele respondeu:” Não, é normal, até os 30 pode aumentar um pouco”. Eu falei: “que pena queria operar minha miopia e sei que só posso operar quando estabilizar”. Ai, olha o que ele respondeu: “Ah, seu grau vai estabilizar sim! Vem aqui no final do ano, se ele não tiver mudado você pode operar. Aí a gente começa a fazer os exames”.


RÁ! Eu não quero operar nunca! Desconfio do caráter desse médico substituto.